SBP Sociedade Brasileira de Psicologia

"Um dos maiores estímulos que se pode dar a uma criança é deixá-la ser curiosa"

Vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, falou no programa “Participação Popular”, da TV Câmara, nesta segunda-feira sobre os desafios das mulheres na carreira científica. Também participou da conversa a professora do Departamento de Biologia da UnB, Fernanda Paulini

O papel da mulher na ciência foi tema do programa “Participação Popular”, da TV Câmara, nesta segunda-feira, 09 de março, e contou com a participação de Fernanda Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e Fernanda Paulini, professora do Departamento de Biologia da Universidade de Brasília (UnB).

Dentre os assuntos levantados, o programa abordou as dificuldades encontradas pelas mulheres desde pequena e a desigualdade na carreira científica, principalmente nos cargos de lideranças. As participantes disseram que muitas coisas já mudaram desde que saíram da universidade, mas que ainda há muito o que avançar.

Segundo Sobral, mudar uma cultura leva tempo, mas é possível com políticas públicas como prêmios, olímpiadas e destinação de bolsas específicas para as mulheres, como algumas que já existem. No âmbito familiar, a vice-presidente da SBPC disse que não se pode podar uma criança curiosa. “Um dos maiores estímulos que se pode dar a uma criança é deixá-la ser curiosa. Se você fala para a criança ‘deixa de ser curiosa’, ela dificilmente vai se interessar por ciência. É o contrário, quando a criança pergunta ‘por que?’, ‘como?’ ela está sendo estimulada e pode sim gostar de ciência “, explica.

Marina Trevisan, astrofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que participou do programa via Skype, ressaltou que os pais têm papel fundamental na orientação das crianças, principalmente das meninas. “Vivemos em uma sociedade que não direciona as meninas para as áreas de exatas. Normalmente os brinquedos como kits de química estão nas prateleiras direcionadas aos meninos. Os pais precisam estar atentos a isso e estimular todos independente do gênero”, explica.

Paulini, que também é coordenadora do Projeto Meninas na Ciência da UnB, ressalta que além desse incentivo e estimulação, projetos direcionados as meninas também podem ser outra solução. “Há estudos que comprovam que entre 11 e 15 que a gente consegue despertar o interesse delas pela ciência”, explica.

Sobral lembrou que a SBPC criou no ano passado o Prêmio Carolina Bori, que será sempre celebrado no dia 11 de fevereiro, dia que se celebra o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco. O nome do prêmio é em homenagem a Carolina Martuscelli Bori que foi a primeira cientista mulher a presidir a SBPC.  “Este ano Helena Nader foi a escolhida para receber o prêmio na categoria ‘Mulheres Cientistas’, e Alice Rangel de Paiva Abreu, professora emérita da UFRJ, recebeu a ‘Menção Honrosa’. Ano que vem, vamos premiar ‘Meninas na ciência’, porque concordo que precisamos incentivar as meninas desde cedo”, explica.

Assista o programa na íntegra.

Por: Vivian Costa – Jornal da Ciência

Início / Edições / 6349, 10 de março de 2020 / 2. “Um dos maiores estímulos que se pode dar a uma criança é deixá-la ser curiosa”

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